quarta-feira, 8 de junho de 2011

Problema, eu?

Dia desses tive uma intoxicação, uma reação alérgica.Aos poucos foi me tomando todo o corpo.O incômodo de uma coceira irritante em toda pele foi me acabando a paciência.Estava com um problemão, algo sério - pensei.
Algo sério? Problemão? Incômodo irritante?
Me envergonho só de lembrar que pensei isso.
Num domingo, depois de dois, três dias com a tal alergia, fui a um hospital público.
Da calçada se avistava quantos mesmo, ali, tinham um problemão.
Na entrada, a coceira já havia quase parado, tamanho choque.
Passei por uma espécie de triagem, e fui encaminhada a ser consultada com a drª sei lá quem, no fundo do corredor.
O corredor.Uns 200 metros até a sala da doutora.
Sentia um embrulho no estômago,vontade de sair logo dali, o ambiente chegava a exalar um cheiro muito forte e desagradável.
Na ida até o fim do tal corredor, nem coragem de olhar bem, eu tinha.
Mas fui obrigada, pois tive que esperar do lado de fora da sala.
Fiquei ali, parada,não tinha como não olhar.
E o que não teve mesmo, era como não se assustar, se indignar,se entristecer com tantos absurdos.
Povo extremamente sofrido,carente do básico, de uma miséria de vida, sofrendo muito mais num corredor de hospital.
Doentes e esperando.Sofrendo e esperando.Com dores e esperando.Morrendo e esperando.
Quando ia desistir, depois de esperar muito, fui chamada.
Não sei dizer se a médica tinha raiva,cansaço,impaciência ou frieza mesmo, nos olhos.
Me passou uma medicação e pronto.Fui embora.
Pronto? Pronto nada.
E agente,eu, você que está lendo agora, alguns que vão ler depois, enfim, e agente pensa que sofre!
Que tal um exercício de realidade de vez em quando?



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